Una - BA 15/10/12
Na homilia de abertura da 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, o papa Bento XVI lançou seu primeiro apelo para o evento que acontece até dia 28 de outubro no Vaticano, que os católicos se abram ao diálogo com as pessoas “indiferentes ou mesmo hostis” para reaproximá-las da Igreja e do Evangelho de Cristo.
O tema da assembleia ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’ vem ao encontro desse apelo em um “mundo descristianizado” disse o papa.
O Sínodo dos Bispos é uma ação “destinada principalmente às pessoas que, embora batizadas, se distanciaram da Igreja e vivem sem levar em conta a prática cristã”, disse o papa.
Favorecer um “novo encontro com o Senhor” é favorecer “a redescoberta da fé, a fonte de graça que traz alegria e esperança na vida pessoal, familiar e social”, frisou Bento XVI.
Com isso, o Sumo Pontífice convocou os católicos a testemunhar a beleza da comunhão em Cristo para os que estão afastados da Igreja e para os descrentes.
“A evangelização, em todo tempo e lugar, teve sempre como ponto central e último Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, e o Crucificado é por excelência o sinal distintivo de quem anuncia o Evangelho: sinal de amor e de paz, apelo à conversão e à reconciliação”, observou.
As crises da fé e do matrimônio foram citadas pelo papa como “obstáculos para a evangelização”.
“A união do homem e da mulher, o ser ‘uma só carne’ na caridade, no amor fecundo e indissolúvel, é um sinal que fala de Deus com força, com uma eloquência que hoje se torna ainda maior porque, infelizmente, por diversas razões, o matrimônio está a passar por uma profunda crise, precisamente nas regiões de antiga tradição cristã”, enfatizou Bento XVI.
As discussões que o Sínodo dos Bispos levanta para o mundo serão evidenciadas e animadas por toda a Igreja Católica do mundo, especialmente, durante o Ano da Fé (11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013).
O Sínodo tem como objetivo consultar os diversos representantes dos episcopados católicos do mundo e discutir respostas para as necessidades dos homens e dos povos do mundo contemporâneo.
Quem participa do Sínodo:
O Sínodo dos Bispos deste ano conta com a maior presença de participantes na história. Ao todo, 262 cardeais, arcebispos e bispos e outros integrantes como peritos, convidados e representantes de 15 Igrejas cristãs.
Temas que já foram discutidos no Sínodo dos Bispos
O combate contra o materialismo e o consumismo, como forma de contribuir para diminuir a fome e a pobreza no mundo.
A luta contra a linguagem mediática que promove a busca de soluções imediatas e de uma fé pautada na afetividade, especialmente, aos povos da América Latina com a questão do aumento das seitas.
A preocupação com a Síria e com o conflito armado que dura mais de um ano e meio e tem feito muitas vítimas, também esteve presente durante uma das reuniões gerais.
Temas que também foram largamente debatidos, como o excesso de burocracia na Igreja e a falta de formação dos católicos afetam a compreensão destes sobre a importância da vida sacramental.
“Incapazes de ser propositivos do Evangelho, fracos na certeza da verdade que salva e cautelosos, porque oprimidos pelo controle da linguagem, perdemos a credibilidade”, observou o arcebispo italiano D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização
A cultura digital com os novos meios de comunicação e a influência, por vezes negativa, na vida das pessoas, especialmente dos jovens, também está entre as principais discussões da assembleia, disse Dom Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais citando o documento Instrumentum Laboris do Sínodo dos Bispos/2012.
“É pedida aos cristãos a audácia de frequentar estes ‘novos areópagos’, aprendendo a dar uma valorização evangélica, encontrando os instrumentos e os métodos para tornar audível também nestes lugares”.
As reflexões continuam até o dia 28 de outubro. Do Brasil, participam: cardeal Dom Odilo Scherer, dom Geraldo Lyrio, dom Sergio da Rocha, dom Leonardo Steiner, que foram eleitos pela assembleia da CNBB e dom Benedito Beni dos Santos, nomeado pelo Papa.
Com informações da Agência Ecclesia.
Fotos: L´Osservatore Romano.